Jovem Guarda

Morre Carlos Gonzaga, um dos precursores do rock no Brasil

O cantor Carlos Gonzaga, que tinha 99 anos, faleceu nesta sexta-feira, 25 de agosto, em um hospital na cidade de Velletri, próxima a Roma, na Itália. Ele havia se mudado para lá há pouco mais de um ano para ficar perto dos familiares. A informação foi confirmada ao Estadão pelo seu neto, Jonata Guarino.

Gonzaga, cujo nome verdadeiro era José Gonzaga Ferreira, veio para São Paulo no final dos anos 1940. No início da década de 1950, ele começou a lançar seus primeiros discos, com músicas românticas, baladas, calipsos, tangos e outros ritmos.

Em 1958, ano em que a bossa nova surgiu no Brasil, Gonzaga fez sucesso nas rádios com uma versão do rock Diana, de Paul Anka, que recebeu uma letra em português de Fred Jorge. Ele se tornou, assim, um dos pioneiros do rock no Brasil – e o primeiro negro brasileiro a apostar no gênero. Naquela época, o rock começava a atrair a atenção de cantores brasileiros. Antes de Gonzaga, a cantora Nora Ney gravou Ronda das Horas, em 1955, uma versão para Rock Arond the Clock, sucesso de Bill Haley e Seus Cometas.

Com o êxito de Diana, Gonzaga lançou outras versões, entre elas, Só Você (Only You), Oh, Carol (Oh, Carol) Quero te dizer (It’s not for me to say), Meu Fingimento (The Great Pretender) , Passeando na Chuva (Just walking in the rain), Adão e Eva (Adam and Eva), Foi o Luar (Far, Far Away).

A gravação de Diana voltou a ganhar destaque quando foi incluída na trilha sonora da novela Estúpido Cupido, da TV Globo. Gonzaga, que também participou do cinema, perdeu espaço quando uma nova geração de cantores ligados ao rock surgiu, principalmente durante a Jovem Guarda, na segunda metade da década de 1960. Apesar disso, ele era presença frequente em programas de auditório nas décadas seguintes. Gonzaga deixa um legado de mais de 300 músicas gravadas e uma influência marcante na história do rock nacional.