Jovem Guarda

“O Pulo Do Gato”: Os discos solo de José Provetti, o Gato da Jovem Guarda!

José Provetti, o Gato, brincando com gatos em 1967.

José Provetti, ou “Gato”, como era conhecido artisticamente, foi um importante guitarrista do rock nacional durante os anos 60, o período da Jovem Guarda. Ficou principalmente conhecido por ter gravado álbuns bem sucedidos com sua banda, The Jet Black’s, mas principalmente pela sua atuação na banda de turnê de Roberto Carlos, o eterno líder da Jovem Guarda.

Gato e Roberto Carlos por volta de 1966-67.

Além de ter atuado como um dos principais guitarristas solistas em seu período, participando de bandas como The Jet Black’s, RC-3 e até RC-7, Gato também teve seus momentos de carreira solo (apesar de baixo sucesso e provavelmente nenhum chart).

Anúncio da saída de Gato dos Jet Black’s em 1966.

Sua carreira solo começou ainda em 1967, enquanto integrava a banda de Roberto Carlos, tendo lançado um compacto simples e um Long-Play (LP) ainda naquele ano.

Seu primeiro lançamento como artista solo foi um compacto simples pela RCA Victor de instrumentais, em 1967, com duas músicas de sua autoria: “Pernacchia”, no Lado A, e “Dor de Cotovelo”, no Lado B (com E. P. Neto). A voz que eventualmente diz “Pernacchia!” durante a execução da primeira música do compacto permanece um enigma até hoje. Sem confirmações oficiais, se supõe que foi o próprio Gato quem gravou a voz.

Ainda em 1967, Gato consegue uma chance para um Long-Play solo, ainda com a RCA (sob o rótulo RCA Camden). Mas desta vez ele partiria para um outro instrumento que poucos fãs tinham ideia de que ele realmente sabia tocar: o teclado (ou órgão eletrônico)!

O álbum conta com um repertório de peso contando com sucessos internacionais, como “Black Is Black” (Los Bravos), “Bus Stop” (The Hollies) e “As Tears Go By” (The Rolling Stones). E também dois sucessos nacionais: “Namoradinha De Um Amigo Meu” (Roberto Carlos) e “Gatinha Manhosa” (Roberto Carlos/Erasmo Carlos).

Contracapa de “O Pulo Do Gato”, seu único Long-Play como artista solo.

O LP não emplacou e até mesmo sua existência é de desconhecimento de muitos fãs e admiradores do Gato (e da Jovem Guarda). O LP nunca foi relançado, não saiu em cassete e nunca ganhou uma remasterização oficial em CD (pelo menos não até o dia de hoje). Mas é possível ouvir este álbum por meio do Spotify e YouTube.

Em 1972 teve a oportunidade para um segundo compacto solo, dessa vez cantado, pela Continental. No repertório: “Tchau, Tchau Maria (Ciao Maria)” no Lado A, versão de autoria de Rossini Pinto (originais: M. Simille/M. Delancray/E. Charden). No Lado B “Faça O Pelo Sinal”, um tipo de gospel de autoria de Sandro Tavares. Mais uma vez, não emplacou.

Em 1973 a Continental deu mais uma oportunidade para um último compacto solo, também cantado. No Lado A: “Você Não Tem Nada Pra Mim” de autoria de Nenéo. E no Lado B: “Deixa Tudo Como Estava” de Getúlio Cortês.

Após repetidos fracassos comerciais como artista solo, José Provetti, ou Gato, permaneceu eventualmente participando da banda de Roberto Carlos entre o fim dos anos 60 e até alguns momentos durante os anos 70. Além da banda RC, junto dos Jet Black’s ele ainda gravou com artistas como Deny e Dino, Sérgio Reis (ainda em seu período “jovemguardista”), Celly Campello, Ronnie Cord (em “Rua Augusta”) e diversos outros.

Pela ausência de um relançamento oficial dos três compactos, eu compilei um CD “bootleg” para uso particular (não disponível para download).

Capa de um “bootleg” de compactos do Gato.

Abaixo, acesse materiais do Gato disponíveis para audição gratuitamente na internet:

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Fernando França

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