Mundo da Música

Grupo de reggae faz covers de Pink Floyd e Beatles

 
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Qualquer pessoa que já tenha ouvido os mestres do reggae Toots and the Maytals elevando “Country Roads”, de John Denver, a um nível todo diferente saberá que o reggae é capaz de fazer covers de praticamente qualquer coisa. A banda The Easy Star All-Stars, que no fim de semana levou uma dose pulsante de ritmo jamaicano a uma plateia de folk-rock principalmente britânica na Cropredy Convention de Fairport, na Inglaterra, está alcançando níveis inteiramente novos.

Desde o CD cult “Dub Side of the Moon”, passando por “Radiodread” e chegando a “Easy Star’s Lonely Hearts Dub Band”, o grupo nova-iorquino vem criando covers de todo um panteão de clássicos do rock. Mais especificamente, de “Dark Side of the Moon”, do Pink Floyd, “OK Computer”, do Radiohead, e “Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles. O que chama a atenção nas produções, que seguem os originais do começo até o fim, é que cada uma delas passa a impressão de uma homenagem verdadeira, e não de um simples cover de imitação.

Embora não surpreenda que o reggae se saia bem com faixas como “Money”, do Pink Floyd, ou “Lovely Rita”, dos Beatles, isso não é tão óbvio no caso de faixas como “Breathe” ou “Within You Without You”. Mas os covers funcionam com grande efeito, como puderam ouvir os fãs alegres e dançantes presentes em Cropredy. Para Ras I Ray, o baixista e ocasional vocalista do All-Stars, não surpreende que o tratamento caribenho dado a alguns clássicos do rock tenha bons resultados.

“É a simplicidade do reggae”, disse ele à Reuters antes da apresentação em Cropredy. “É possível ter reggae em todos os tipos de música.” O grupo All-Stars geralmente tem nove integrantes – oito instrumentistas e cantores e um técnico de mixagem de som que, segundo Ray, é um membro integral da banda. São artistas individuais reunidos pela Easy Star Records, especialista em reggae e produção de covers. A banda vem fazendo sucesso até agora principalmente na Europa ocidental, especialmente na Grã-Bretanha, onde uma turnê se encerra esta semana e uma nova, que inclui a Irlanda, está prevista para começar em outubro.

Entre uma turnê e outra, a banda vai apresentar-se no Canadá e Estados Unidos. Ray diz que não está sendo fácil penetrar no mercado americano, porque a indústria musical dos EUA é compartimentalizada e simplesmente não sabe em que categoria enquadrar o All-Stars. Enquanto isso há outro álbum de covers a caminho, mas a banda ou não sabe o que será, porque a Easy Star Records ainda não decidiu, ou não quer revelar o segredo.

“Há outro cover no futuro. Não sabemos exatamente o que será”, disse Ray. Alguém na sala cochichou algo sobre o Abba. Pode ter sido brincadeira – ou não. De um jeito o outro, o reggae e os All-Stars darão conta do recado.


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Jose Carlos Almeida

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