Mundo da Música

Por que as lágrimas caem quando ouço os Beatles

 
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Vivian Torres
São Paulo – SP

Tenho 24 anos e me encantei com a carta da pequena fã de 10 anos, porque eu era como ela – enquanto minhas amigas gostavam de coisas dos anos 80, eu vivia procurando músicas dos anos 50 e 60.

Na realidade, existe uma pessoa (agora está me assistindo lá de cima, junto com John e George ), que me influenciou demais: meu pai, João Daniel, que se achava parecido com John, mas no fundo era um Ringo.

Me emociono demais ao lembrar dele, principalmente aos domingos, que ele nos acordava com “Yellow Submarine” bem alto (hoje é domingo, meu coração esta partido, minhas lágimas caem…)

Eu cresci ouvindo Elvis, Little Richard, muito rockabilly anos 50, até jazz, Ella Fizgerald, tudo sobre rock inglês… e o principal: Beatles – é a minha primeira referência de música!

Quando tinha 15 anos, em 93, eu e meu pai realizamos um grande sonho: Assistimos o Paul no Pacaembu… enquanto eu cantava e chorava, meu pai tinha um sorriso maroto no rosto e chorava discretamente com um olhar incrédulo, mas tão maravilhado…. indescritível… mas choramos juntos quando o Paul foi até o piano e começou os primeiros acordes de “Hey Jude”.

Assistimos muitos filmes juntos, ele me explicava que ficava seção após seção de “Help”, e eu ficava imaginando como seria maravilhoso ver um fime dos Beatles na tela grande.

Há quase 4 anos atrás, meu pai foi chamado por Deus… e não pôde se despedir da gente (ele teve um ataque do coração no meio da madrugada) e eu fico lembrando dele, apagando a luz da sala e ouvindo a cítara de George…

Quando meu pai morreu, eu coloquei um papelzinho na mão dele (esse é um segredo entre beatlemaníacos) com a letra de “Hey Jude” – mais uma vez estava chorando, mas de tristeza.

Logo em seguida, sonhei com meu pai. Cantava “Strawberry fields forever” para ele.

Quando a versao remasterizada de “A Hard Days Night” voltou aos cinemas no início ano passado, pude realizar o sonho que eu comentava tanto com meu pai… e chorei… percebi a presença dele ali, como se ele estivesse ao meu lado, com aquele sorriso maroto no rosto e choro discreto, com um olhar incrédulo mas tão maravilhado… indescritível…

— [ vivian torres ] — designer


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Jose Carlos Almeida

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