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São João Del Rey Nova edição do show "Grande Encontro da Jovem Guarda", que desde os anos 90 reúne as bandas Pholhas, Fevers e Renato e seus Blue Caps, comemora o 20º aniversário da Universidade de São João Del Rey e também abre o Festival de Inverno da cidade mineira, que em 2007 é a capital cultural do país.
Marcelo Fróes* Ainda que o show que desde 2005 vem reunindo Erasmo Carlos, Wanderléa, Fevers e Golden Boys seja efetivamente um “grande encontro” de Jovem Guarda, o projeto que desde os anos 90 reúne na mesma noite três grandes bandas dos anos 60/70 merece o título que tem. Por ser formado por experientes bandas de rock, o show é evidentemente mais roqueiro e dá um gosto de festival - já que cada banda faz seu set de aproximadamente 75 minutos. O show em São João Del Rey foi naturalmente histórico. A cidade inaugurava seu Festival de Inverno no ano em que é intitulada a capital cultural do país. Como se isso não bastasse, o local para o show era o campus da Universidade local, que este ano comemora 20 anos de existência. As três bandas chegaram na tarde do sábado 20 de julho, vindo de procedências diferentes. Pholhas vinha de sua cidade, a capital paulistana, enquanto Renato e seus Blue Caps vinha do Rio, onde fizera show na véspera. Os Fevers já estavam em Minas, onde haviam feito show em Ritanópolis na noite anterior. A noite começou depois das 23hs, com a platéia lotada e ansiosa pelo início das apresentações. O frio era imenso, como de costume no inverno mineiro, e batia aproximadamente 5ºC. Os Pholhas subiram ao palco e desfilaram seus sucessos, fazendo um show com repertório totalmente em inglês. “Forever”, “She Made Me Cry”, “My Mistake”, tudo dentro, e naturalmente uma seqüência de Beatles (“Can't Buy Me Love” etc) e de rock´n´roll na voz de Wagner Benatti, o Bitão, famoso guitarrista que, antes de fundar o Pholhas com Hélio Santisteban, foi líder dos Megatons e participou ativamente da gravação dos discos de Bobby de Carlo, dentre outros. Renato e seus Blue Caps vieram na seqüência, já na madrugada do domingo 15 de julho. Mesclando sucessos jovenguardistas óbvios como “Meu Bem Não Me Quer”, “Até O Fim” e “Meu Primeiro Amor” a hits setentistas mais românticos, a banda - com Renato e Cid Chaves, ambos da formação clássica dos anos 60 - empolgou do começo ao fim e naturalmente Renato não pôde deixar de cantar “Devolva-Me”, música que compôs com Lílian Knapp em 1966 e que foi sucesso com Leno & Lílian naquele ano. Como todos sabem, “Devolva-Me” foi sucesso no início do novo milênio quando gravada pela cantora Adriana Calcanhotto. Aproveitando a onda, Renato também cantou “Eu Não Sabia Que Você Existia”, outra das suas canções que foi gravada originalmente por Leno & Lílian. Por volta das 2:30 da manhã os Fevers finalmente assumiram o palco e fizeram um show irrepreensível. Sem muitos intervalos, a banda - com carga total e comandada por seus membros originais Liebert Ferreira (baixo) e Luiz Cláudio (vocais) - atacou um sucesso atrás do outro e, além de desfilar a grande maioria de seus sucessos dos anos 60 e 70, também relembrou John Lennon (“Imagine”), os Beatles (“Yesterday”/”Hey Jude”) e diversas pérolas oitentistas - como músicas gravadas por Trem da Alegria, Gengis Khan etc, mostrando que a banda tem muito mais histórias pra contar. Em tempo de festas ploc e revivals mil de anos 80, um show dos Fevers calcado no repertório mais pop da fase pós-disco music pode ser muito bem vindo pelo público. A noite terminou pontualmente às 4 da manhã, com o público pedindo “mais um, mais um, mais um!”. Os camarins foram invadidos por fãs e colecionadores, compradores dos CDs e DVDs que as bandas haviam colocado à venda no local. Autógrafos, fotos e tudo mais e as bandas só puderam deixar a cidade já no amanhecer. Felizmente esta é a rotina das bandas que têm estrada e percorrem o país em busca de onde o povo está. * Marcelo Fróes viajou a São João Del Rey a convite da Marinho Produções. Agradecimentos a José Carlos Marinho e a Jorginho Maravilha.
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